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Dia Mundial do AVC: a cada 6 minutos, uma pessoa morre no Brasil

  • Foto do escritor: Angelo Davanço
    Angelo Davanço
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura

Acidente vascular cerebral é a segunda maior causa de morte no país, perdendo somente para doenças cardiovasculares. Estudos destacam aumento de casos em pessoas com menos de 40 anos


O dia 29 de outubro foi estabelecido como o Dia Mundial do AVC, voltado para conscientização da doença que tem afetado cada vez mais a população mundial. A Global Stroke Action Coalition alerta que poderemos sofrer quase 10 milhões de mortes anuais por AVC até 2050.


No Brasil, a preocupação já é recente. Dados da consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares Planisa mostra que a cada 6,5 minutos uma pessoa morre em razão do AVC no país. Segundo o neurologista vascular do Grupo São Lucas em Ribeirão Preto, Dr. Fábio Silveira dos Santos Filho (CRMSP: 194654/ RQE: 123788), existem dois fatores que aumentam o número de casos. São eles o envelhecimento populacional e maior número de diagnósticos.


Existem dois tipos principais da doença, sendo eles o AVC isquêmico, que de acordo com informações do Hospital Albert Einstein é responsável aproximadamente por 85% dos casos e ocorre pelo bloqueio de um coágulo a uma artéria cerebral, impedindo o fluxo sanguíneo adequado, e o AVC hemorrágico, resultante do rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, levando a um sangramento intracraniano. Embora seja menos frequente, tende a ser mais grave e está frequentemente relacionado à hipertensão arterial descontrolada e ao uso excessivo de álcool.


“A prevenção primária é a estratégia mais efetiva contra o AVC. As medidas com melhor evidência incluem controle rigoroso da pressão arterial, que pode reduzir em até 40% o risco de AVC, cessação do tabagismo, redução do consumo de álcool, alimentação balanceada, prática regular de atividade física, detecção precoce e tratamento de doenças cardiovasculares e endocrinológicas. No Brasil, há espaço para expandir programas de rastreamento de hipertensão e diabetes, estímulo ao estilo de vida saudável, bem como fortalecer campanhas permanentes de conscientização sobre os sinais do AVC e a importância de procurar atendimento imediato”, explica.


Apesar da incidência ser maior em pessoas idosas, um estudo publicado na revista The Lancet Neurology em 2024 mostra que casos de AVC aumentaram 15% em pessoas jovens, na maioria com menos de 40 anos. Entre as hipóteses, destacam-se o crescimento de fatores de risco modificáveis em idades mais precoces e a rotina do dia a dia.


“Hipertensão, dislipidemia, tabagismo, obesidade e uso de drogas ilícitas são alguns dos fatores de risco entre os jovens. Bem como doenças autoimunes e trombofilias que, embora menos comuns, têm maior peso nesse grupo etário. Impactos indiretos da COVID-19, incluindo maior incidência de eventos trombóticos também está entre as hipóteses. Outra causa é o estilo de vida urbano e estresse crônico, associados a distúrbios metabólicos e de sono. Esses fatores combinados ajudam a explicar o aumento de eventos cerebrovasculares precoces, ressaltando a importância da prevenção primária e seguimento médico regular já na vida adulta jovem”, ressalta o médico.


Estar atento aos sinais de alerta é primordial para um rápido atendimento e reversão de possíveis sequelas. O neurologista indica reconhecimento de sintomas através do acrônimo SAMU: S – Sorriso (atentar à desvios); A – Abraço (fraqueza em um dos lados do corpo); M – Mensagem ou Música (fala arrastada ou incompreensível); U – Urgência: ligue 192.


“O reconhecimento precoce e o transporte imediato a um hospital com protocolo de AVC são determinantes para reduzir sequelas e salvar vidas. Para prevenção, recomenda-se manter hábitos saudáveis, controlar pressão arterial, glicemia e colesterol, evitar tabaco e álcool em excesso, e consultar regularmente um médico para acompanhamento dos fatores de risco”, enfatiza.

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